O Chefe Alcides e o COVID


 

 

Estamos a 19 de fevereiro de 2021 e esta foto é de 17 de maio de 2020. Parece quase uma ironia que o texto tenha tido um tempo de gestação de 9 meses. Não há coincidências... dizem! 

Fui de máscara e depois de passar pela desinfeção dos sapatos à entrada do portão e passar gel nas mãos sentei-me num banco de jardim, do lado de fora, com um distanciamento de 2 metros. Dado o estado mental, foi difícil explicar-lhe porque não lhe podia dar um beijo, não podia fazer a festa habitual na cara, dar o abraço da praxe... 

Desde este dia cessaram as visitas, já retomaram e já voltaram a cessar. Tendo eu uma profissão que forçosamente me coloca em contacto diário com muitas pessoas, pelo medo que tenho de transportar algo que não deva, foi das últimas visitas em pessoa que lhe fiz. Com as tecnologias atuais, as videoconferências são uma alternativa ao dispor, há que as usar.

Quero acreditar que estou a fazer tudo bem porque quando conseguir voltar a dar um beijo ao meu pai vai ser difícil explicar-lhe este “anno horribilis”.

Recentemente o Centro onde ele está (e inúmeros por esse mundo fora) foi “alvo” de polémica porque (imagine-se o “horror do motivo”) as pessoas que lidam diária e diretamente com os utentes foram vacinados indevidamente antes de tempo. Que merda é esta do indevidamente antes de tempo ?

O Centro em causa não registou NENHUM caso de COVID19 até este momento e já todos terão levado a segunda dose da vacina. A isto deveria ter sido dado ênfase mas isso agora não interessa nada porque não há culpados do “bem”, só do “mal”, e além disso não vende, não dá audiência - ora bolas! Não dá audiência porque é isso que a maioria procura... sangue, culpados, horror, crime...

Procuramos, todos, mais críticas negativas que elogios, mais sangue que água, mais mortos que vivos, mais quedas de árvores que germinar de plantas.

Estou como a Mafalda do Quino... “Parem o mundo, quero sair”.

Até já pai, espero que possa ir aí em breve.

Comentários

  1. Gostei de saber que o Sr. Alcides está bem de saúde. Se é muito complicado a época pandémica que estamos a viver, imagino para os nossos pais, sobretudo para aqueles que vivem nos lares. Coragem e nos resta viver um dia de cada vez.

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