Pimento em compota - o princípio dos Sabores Improváves

 
Uma das alegrias da vida, pelo menos da minha, tem sido cozinhar, inventar, passar horas em frente ao fogão e depois horas à mesa rodeada de amigos. Para muitos será um frete a parte do fogão, para mim é um deleite. Claro que hoje em dia, 90% do meu dia é passado em frente ao fogão, mas é disso que a minha vida é feita hoje. Amanhã... logo se vê.

Repesco hoje aqui minha segunda maior grande "produção" [a primeira foi a minha filha, em 1993, se se estão a perguntar... ;) ].

De há muito tempo que gosto de "inventar". Dando azo a essa faceta, olhando para o excesso de pimentos vermelhos na minha cozinha (já em Abrantes) pensei... "E se juntar açúcar...? E como é que fica com a consistência de doce? Ah já sei, maçã!".  Juntei carinho e "a coisa" deu-se... Estava em Abril de 2016.

Seguiram-se várias experiências e vários doces. Enquanto cooperadora numa cooperativa agrícola, o acesso a alguns produtos, nomeadamente chuchu, proporcionavam outras experiências. O excesso de alguns legumes e frutos alimentavam a a vontade de criar sabores.

O ano foi passando e as experiências foram-se sucedendo... Nasceram pickles de couve roxa, de cenoura. Apareceram doces de morango, kiwi, chuchu, cenoura, tomate. Apareceu uma batatada doce (sem grande sucesso, devo dizer...). Sempre a aproveitar o que de outra forma não poderia ser feito. E não é esta a génese da grande parte da doçaria?!

Em 2017, na Cidade de Abrantes que agora também considero um bocadinho minha, é divulgada a realização da 1ª edição do Food Fab Lab do Inov'línea, em Abrantes. Inscrevi-me e no último dia para entregar o doce, um sábado, fui comprar os ingredientes e entreguei 2 frascos. Soube uns dias mais tarde que tinha ganho o 1º prémio.


Em 2018 decidi-me a produzir e lançar no mercado a ‘Compota de Pimento’ - não é um ‘Doce’ por questões técnicas. Aguardei pela época certa da colheita do produto agarrei-me às panelas e o resultado esgotou antes do limite de validade (um ano). Estive na TVI, vendi o produto nas lojas da região, tem sido uma aventura. A busca de um local para produzir sem estar dependente da cozinha do Tagus Valley levou-me ao VAL, Casa de Comeres (ver aqui a mini-história), onde me podem agora encontrar de segunda a sábado.
 
A vida tem-me trazido muitos limões, mas tem sido um bom percurso, afinal, basta juntar açúcar...

Sobrou? Junta açúcar e vê o que dá. Se não funcionar, vai experimentando que chegas lá... Que a vida vos seja doce!

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